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COMPORTAMENTOS ABUSIVOS E NEGLIGÊNCIA: ENTENDA TODA A BRIGA ENTRE RAY FISHER E A WARNER

Com essa novela ganhando cada vez mais capítulos, saiba todo o processo e investigações que estão rolando dentro do estúdio.

 

No primeiro dia de Julho, a internet foi campo de batalha protagonizada por Ray Fisher, mais conhecido como o intérprete de Ciborgue no Universo Expandido da DC Comics nos cinemas. Segundo o ator, o diretor Joss Whedon, juntamente com o ex-presidente da DC Entertainment Geoff Johns, e co-produtor da Warner Jon Berg, tiveram um “comportamento grosseiro, abusivo, pouco profissional e completamente inaceitável”, nas gravações de “Liga da Justiça”, de 2017. Com todo o caso sendo repercutido, a Warner Bros Pictures decidiu abrir investigação, que rendeu ainda mais lenha na fogueira.

Entretanto, para te situar mais, vamos voltar um pouco no tempo, para juntos entendermos todo o processo que culminou à briga.


O COMEÇO DE TUDO

Nesse período, entre 2015 e 2016, estava começando a pré-produção do filme, que contava com Zack Snyder na direção do mesmo, que foi o mesmo diretor de outros dois filmes pertencentes ao mesmo universo: “O Homem de Aço (2013)” e “Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016)”. O andamento do filme estava prosperando, até que no final de Março de 2017, Snyder foi afastado de seu cargo, após perder sua primeira filha, Autumn Snyder, de 20 anos, decorrente pelo suicídio.


Em seu lugar, o diretor Joss Whedon , famoso por dirigir grandes filmes de sua rival - a Marvel- como “Os Vingadores (2012)”, foi escalado para assumir a direção de “Liga da Justiça”, para o filme não sofrer atrasos para os cinemas. A escolha não foi por acaso, já que Whedon estava trabalhando em outro projeto da DC: “BatGirl”, que seria um filme de origem da Barbara Gordon. Porém, o projeto acabou sendo engavetado.

Sendo o mais novo diretor, Joss Whedon alterou muitas cenas e partes do roteiro já prontos de Zack Snyder, segundo o que foi apurado pelo The New York Times, inclusive cenas de atores e atrizes que acabaram não sendo utilizados, como o caso de Kiersey Clemons que interpretaria Iris West, a ‘crush’ de Barry Allen,e Ray Porter, que interpretaria o grande vilão Darkseid; e, inclusive, todo o arco dramático que seria aprofundado de Ciborgue.


O filme ficou pronto para ser estreado em Novembro aqui no Brasil, mas o resultado foi ultrajante, tendo diversas críticas negativas, tanto de críticos de cinema, quanto de fãs que aguardavam ansiosamente o longa.


(Filme passou por dois diretores/ Foto: Divulgação)


O INÍCIO DOS PRONUNCIAMENTOS

Já com o tão pedido SnyderCut saindo do papel, vários atores comemoraram a decisão em suas redes sociais, principalmente Ray Fisher, que foi o grande apoiador da versão de Snyder, tanto é que chorou ao agradecer os fãs pela façanha.

Muitos fãs começaram a perceber o forte envolvimento de Ray Fisher para com SnyderCut, fazendo muitos fãs teorizarem sobre algum desentendimento entre Fisher e a equipe de “Liga da Justiça”. Em seu Twitter oficial, em Junho desse ano, Ray fez seu primeiro desabafo, postando um discurso que fez durante a Comic Con de 2017, dizendo que queria “retirar com força cada parte dessa declaração”, na qual exaltava Joss Whedon:

“Joss(Whedon) é um cara legal e Zack escolheu uma boa pessoa para vir limpar tudo e finalizar para ele”


Depois, em Julho de 2020, assim como mencionamos no primeiro parágrafo da notícia, Ray fez outro comentário, agora muito mais direto:

“O tratamento de Joss Whedon no set com o elenco e a equipe de Liga da Justiça era grosseiro, abusivo, pouco profissional e completamente inaceitável. E ele foi autorizado, de várias maneiras, por Geoff Johns e Jon Berg”


MAIS DENÚNCIAS E RELATOS

No mesmo dia que foi postado a tal acusação de Ray Fisher, outros famosos e profissionais, que trabalharam com Joss Whedon, comentaram a respeito dessas atitudes do diretor.


O casal de dublês Jeff Pruitt e Sophia Crawford, que trabalharam junto com Joss na série de TV “Buffy: A Caça Vampiros (1997)”, relataram ao portal Metro uma postura abusiva e egomaníaca, detalhando um ambiente muito tóxico com vários colegas de trabalho “conspirando um contra os outros”, chegando até a sair da produção. Na sétima, e última, temporada da série, Joss chegou a conversar com Sophia para trazê-la de volta, mas com uma condição: acabar o seu relacionamento com Jeff:

Fui chamada para o escritório e recebi um ultimato: ‘Volte para a série, mas você precisa deixar Jeff (Pruitt), ou não voltar.’ E então eu basicamente comecei a chorar.”


(Sophia Crawford à esquerda, e Jeff Pruitt à direita/Foto: Divulgação)


Outro momento constrangedor envolvendo dublê foi envolvendo Gal Gadot. O que muitos profissionais do filme relataram que Joss queria fazer uma cena em que o Flash (Ezra Miller) caia em cima da Mulher Maravilha (Gal Gadot), sob seus peitos. Essa cena foi desaprovada pela atriz, causando mais um desentendimento entre Whedon e parte do elenco, tanto é que a cena foi gravada com a dublê da heroína (por isso que não é possível ver o rosto de Dianna no take).


(Flash caindo em cima de Mulher Maravilha/ Foto: WarnerMedia)


Kevin Smith também não economizou papas na língua, e comentou ser cúmplice de atos tóxicos do diretor, em seu podcast Fatiman Beyond. O ator e cineasta comentou quando foi visitar o set de “Star Wars: A Ascensão de Skywalker (2019)”, e escutou fortes depoimentos de profissionais, mais relacionados com os efeitos especiais, que trabalharam junto com Joss em “Liga da Justiça”. O profissional disse que Whedon, constantemente, insultava Zack Snyder e seu corte, menosprezando e desacreditando, que tornou o “clima” do set bastante ruim, já que foram os mesmos profissionais que trabalharam junto com Snyder.


(Kevin Smith/ Foto: Astrid Stawiarz)


Em meio à situação complicada instaurada, Geoff Johns veio comentar, em seu Twitter, que “É categoricamente falso que permitimos qualquer tipo de comportamento não profissional na produção”, até sacaneou Ray Fisher, dizendo que a única coisa que ele se lembra é de Ray Fisher ter se recusado a falar ‘Booyah!’ no longa, que segundo ele, “se tornou uma marca registrada do Ciborgue nos quadrinhos e animações”


Para responder à altura, Ray Fisher voltou a atacar Geoff Johns:

“Durante as filmagens de ‘Liga da Justiça’ em Los Angeles, Geoff Johns me chamou ao seu escritório para menosprezar e repreender minhas tentativas (e do meu agente) de levar queixas para a cadeia de comando apropriada. Ele, então, fez uma ameaça à minha carreira. Esse comportamento não pode continuar”


COMEÇO DAS INVESTIGAÇÕES (MAIS DESAVENÇAS)

O próprio Ray Fisher que confirmou o começo de uma instauração de investigação por parte da Warner Bros Pictures, que contratou uma empresa independente:

“Após 5 semanas de entrevistas com vários membros do elenco/equipe, a Warner Media lançou oficialmente uma investigação independente de terceiros para chegar ao cerne do ambiente de trabalho tóxico e abusivo criado durante as refilmagens de ‘Liga da Justiça’”


Até aí, tudo parecia correr tudo bem, se não fosse um posterior comunicado vindo da própria Instituição, acusando o ator de não cooperar com as investigações, se recusando a conversar com o investigador, além de promover acusações falsas sobre Walter Hamada, atual presidente da DC Entertainment.


O ator havia dito que Hamada teria culpado somente Joss Whedon e Jon Berg para livrar Geoff Johns da polêmica:

“Em nenhum momento algum o Sr. Hamada tentou ‘botar a culpa em ninguém’, conforme o Sr. Fisher alegou falsamente, ou criar quaisquer julgamentos sobre a produção de ‘Liga da Justiça’, em que o Sr. Hamada não teve nenhum envolvimento, já que as filmagens ocorreram antes do Sr. Hamada receber o cargo atual (...) Sr.Fisher insistiu que a WarnerMedia contratasse um investigador independente. Esse investigador tentou várias vezes encontrar-se com o Sr.Fisher para discutir suas preocupações, mas até à data, o Sr.Fisher se recusou-se a falar com ele”


Em defesa, Ray acabou postando um print de uma conversa que ele teve com o investigador independente, via Zoom, o famoso aplicativo de chamadas, aproveitando para fazer mais desabafos profundos a respeito do prosseguimento da investigação:

“Obrigado a todos pelo apoio e por ver através de Warner Bros Pictures uma tentativa desesperada de me desacreditar para continuar protegendo aqueles que estão no poder. Eu me encontrei com o investigador via Zoom em 26 de Agosto. Até o momento, a empresa ‘independente’ contratada pela Warner evitou convenientemente entrar em contato com testemunhas importantes que deram declarações contundentes ao RH (...) Todos com histórias SERÃO ouvidos!”


(Email que Ray postou em seu Twitter/Foto: Reprodução Twitter)


FORTES ALIADOS

Além das outras denúncias que foram esclarecidas nas redes sociais por profissionais que já trabalharam com Joss Whedon, colegas de elenco também demonstraram apoio à Fisher, como foi o caso de Kiersey Clemons, que foi cortada da versão final de Whedon, e que agora estará com seu papel de Iris West no SnyderCut.


Kiersey postou uma foto, em seu Instagram, de um trecho do trailer do SnyderCut, divulgado no evento online DC Fandome, onde aparece sua personagem, usando a hashtag #IStandWithRayFisher, hashtag criada pelos fãs do ator desde o começo dessa briga.


(Foto de Kiersey no Instagram/Foto: Reprodução Instagram)


O nosso querido Aquaman não ficou de fora, também. Muito pelo contrário, o ator foi o que mais apoiou seu colega nas redes: além de também postar uma foto de Ray Fisher com a hashtag, Momoa desabafou sobre o ocorrido:

“Essa m*rda precisa acabar e precisa ser investigada. Ray Fisher e todos aqueles que sofrerem experiências com coisas que acontecem sob teto da Warner Bros, merecem uma investigação séria”


Outro ponto que traçou duras críticas ao estúdio foram de anúncios falsos ou novidades lançadas dias antes do planejado, a fim de que o centro da atenção automaticamente se foque nesses anúncios, ao invés de ser focado no andamento da investigação. Tanto Ray quanto Jason Momoa compartilharam esses anseios:

“É inacreditável que tenham divulgado um anúncio falso de ‘Frosty’ sem minha permissão, apenas para servir como distração das declarações de Ray Fisher, envolvendo o péssimo tratamento que recebemos nas refilmagens de ‘Liga da Justiça’”, compartilhou Jason Momoa, no mesmo discurso anterior.


(Ray Fisher à esquerda, e Jason Momoa à direita/ Foto: Reprodução Instagram)


O filme animado “Frosty: O Boneco de Neve” ainda está em desenvolvimento, e o fato mencionado pelo ator foi de um anúncio falso que a própria Warner divulgou, alegando que Jason Momoa seria o protagonista, algo que não é verdade. O intérprete do Aquaman está envolvido, na verdade, na produção.


Ray Fisher mostrou prints muito esclarecedores, bons demais para serem, apenas, uma coincidência, mostrando que o anúncio que Ben Affleck estaria retornando em “The Flash”, filme solo do Velocista Escarlate, foi postado em menos de duas horas depois no mesmo dia que Fisher havia comentado, em seu Twitter, a informação que a Warner tinha contratado uma empresa independente para investigar a situação. O ator ainda disse que o anúncio seria revelado, na verdade, durante o painel próprio de “The Flash” na DC Fandome:

“Infelizmente, as falsas notícias de Frosty com Jason [Momoa] não foram a única tática de relações públicas usada para desviar a atenção da seriedade da situação de Liga da Justiça. Ben retornando como Batman deveria ser revelado no DC Fandome. Vou te

dar um palpite de porquê a Warner provavelmente pulou este passo.”
















(Provas usadas por Ray Fisher/ Foto: Reprodução Twitter)

 

Infelizmente, o caso ainda não foi solucionado, ainda tendo prosseguimento a investigação até o dia dessa publicação (16 de Setembro de 2020), e parece que ainda vai render extensos capítulos... Ficaremos no aguardo.


Enzo Sapio Monello - RA: 21434246

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