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PANDEMIA, HACKERS RUSSOS E CENTENAS DE ATLETAS INFECTADOS: SAIBA A SITUAÇÃO ATUAL DAS OLIMPÍADAS DE

Com o adiamento confirmado para ano que vem - sendo a primeira Olimpíada a acontecer em um ano ímpar - o CEO do evento, Toshiro Muto, disse que as Olimpíadas acontecerão “com ou sem pandemia”.

Desde o adiamento das Olimpíadas de Tóquio devido a proliferação mundial da COVID-19 em Março, prorrogada para 2021 pelo Comitê Olímpico Internacional juntamente com o Primeiro-Ministro do Japão Abe Shinizo em uma chamada virtual, mais informações acerca do evento não foram divulgadas, tornando a situação um pouco instável.


(Foto: Reprodução)

Se não fosse pela crise sanitária que estamos vivenciando, esse ano - mais precisamente entre os dias 24 de Julho e 9 de Agosto -, as Olimpíadas já teriam acontecido, e quebrando vários recordes de transmissão global, como sempre acontece em eventos majestosos, tradicionais e de grande porte como esse.

Ainda mais com o foco do mundo totalmente centrado na pandemia do novo Coronavírus, as Olimpíadas ficaram no “esquecimento”, não circulando muitas notícias sobre. Então, vamos entender como que está a situação atual do evento esportivo, já que 2021 está se aproximando cada vez mais.


SITUAÇÃO DA PANDEMIA NO JAPÃO

O país asiático foi um dos primeiros a lidar com a ameaça, já que o vírus teve seu estopim na China. Até o dia 28/10, o Japão possui 98.178 casos confirmados de COVID-19, com 1.726 mortes contabilizadas, um número bastante positivo apesar dos valores. A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes gira em torno de 1, enquanto no Brasil essa mesma taxa passa de 70. Segundo dados do Banco Mundial, o país conta com mais de 127 milhões de habitantes.

É justamente em Tóquio, capital do Japão, que é registrado o maior número de casos e também de mortes, consequentemente. De mais de 9,2 milhões de habitantes, 30.309 casos confirmados foram noticiados dentro do estado, 445 mortes e 27.986 vidas salvas. Para se ter uma noção maior do resultado positivo, Nova York possui 8,4 milhões de residentes, contendo 503.387 casos confirmados e 33.100 vidas perdidas.


(Foto: Reprodução)

Com base nos dados acima, o Japão se tornou um dos países mais referências ao controle e prevenção contra a COVID-19, com algumas atitudes, inclusive, muito curiosas. Não é só de hoje que o país asiático é uma referência em todos os âmbitos, uma vez que faz parte da cultura japonesa a questão da fraternidade e empatia, comumente refletida na economia, saúde, saneamento básico, educação e no meio ambiente.


Logo, a estratégia do Japão envolve mesclar uma abordagem científica com flexibilidade e senso comum. Nesses oito meses da pandemia assolando o mundo, o país não adotou confinamentos obrigatórios, multas ou quarentenas, ao invés disso, aprenderam a “conviver” com essa doença, assim como fizeram em diversas epidemias globais. Não respeitar as regras do distanciamento social e não usar máscara são atitudes que geram uma pressão social enorme no país, e já colocas em prática muito antes da pandemia, como na situação de gripes, que levaram o Japão e outros países da Ásia a terem resultados melhores que no Ocidente.


A partir dessa flexibilização, além de, claro, respeitar todos os protocolos de segurança, os japoneses realizam as atividades sociais e econômicas ainda reduzindo, ao máximo, a disseminação de uma nova onda de contágios, afirma a virologia local Hitoshi Oshitani para a BBC.


IMPACTO DA PANDEMIA NOS ATLETAS OLÍMPICOS

A pandemia afetou o psicológico de todos e os atletas não ficaram de fora dessa. Um estudo realizado pela Universidade de Stanford (EUA), diz que os atletas tiveram mais relatos de ansiedade e depressão.

De acordo com a pesquisa, os esportistas se sentiram mais desmotivados devido ao adiamento, e os índices de depressão e ansiedade aumentou no meio esportivo, subindo para 22,5% - antes, essa taxa era correspondente a 3,9%. Ainda por cima, muitos não conseguiram acompanhar regradamente todo o ritmo intensivo dos treinos normais, fazendo-os perder a forma física.


"Lembro que, na primeira semana [após o adiamento da Paralimpíada para 2021], a motivação estava meio que caindo. Na quinta para a sexta semana [de quarentena], já não estava com vontade de seguir a dieta. Porque é difícil. O atleta de alto rendimento está acostumado com uma carga de treino muito alta, então, do nada, você ter essa carga inteira e nada [de competição] para fazer por muito tempo, acaba sendo deprimente", disse o nadador paralímpico Phelipe Rodrigues.


(Foto: Rede do Esporte)


A desmotivação nos treinamentos também impactou muito, sendo treinos mais "solitários”. As restrições dos treinamentos com parceiros caíram de 91% para 68,9%, que também concluiu afetar o psicológico, tornando-se prejudicial para o desempenho dos atletas. Porém, para a felicidades desses atletas a comunidade esportiva já está encontrando soluções para competir e treinar em segurança.

PREPARAÇÃO DOS ATLETAS DIANTE DA PANDEMIA

Todos sabem que a rotina de um atleta é envolve uma sequência de treinos pesados, preparação física, fisioterapia e acompanhamentos médicos, psicológicos e nutricionistas. Por ser um hábito muitas vezes que involuntário, como mencionamos no tópico anterior, muitos esportistas não se acostumaram e não conseguiram alcançar tal ritmo proposto pelos clubes. A situação ainda piora tendo em vista que diversos pré-campeonatos de aquecimento e de escalação de esportistas foram cancelados, prejudicando 45 das 50 modalidades.


Para remediar a situação, a COB conseguiu a aprovação do governo português para treinos intensivos em Portugal devido à grande instabilidade da pandemia no Brasil. Foram enviados 72 atletas das seguintes modalidades: boxe, ginastica artística, ginastica rítmica, judô, natação e nado artístico.


O projeto recebeu o nome de “Missão Europa”, e começou a funcionar durante todo o segundo semestre de 2020, nas cidades de Rio Maior, Coimbra, Cascais e Sangalhos, com um custo de 13,7 milhões de reais que deve atender 200 atletas. O principal objetivo é ajuda na retomada dos treinos de atletas já classificados e com potencial para classificar para Tóquio 2020.


O Centro de Treinamento Time Brasil no Parque Aquático, Maria Lenk, abriu a porta para 40 atletas, além dos treinadores, equipe multidisciplinares e funcionários do COB. Todos foram testados com antecedência. O primeiro grupo que utilizou foi de atletas que moram no Rio de Janeiro e já garantiram vaga ou que estão próximos de conseguir a vaga.


“É um momento bom para retornar a treinar e a cabeça continua com o mesmo objetivo. A sensação é de começar tudo de novo em busca de um sonho. Espero que agora a gente possa voltar com tudo todos os dias treinando. Daqui a algumas semanas, vamos para a Missão Europa e lá a gente conseguirá correr um pouco mais atrás”, enfatizou a campeã mundial de maratonas aquáticas, Ana Marcela Cunha, ao site do COB.


(Foto: Rede do Esporte)


Ao todo, mais de 11 mil atletas representarão seus 206 países nessa edição histórica.

ATLETAS CONTAMINADOS PELO CORONAVÍRUS

Uma das grandes preocupações que cercam o torneio não é só sobre a situação atual da pandemia, e sim grandes nomes de atletas que estão e foram contaminados pelo vírus. Além das semanas perdidas para tratar a doença, muitas vezes a saúde fica completamente debilitada, podendo variar caso o coronavírus atue mais gravemente.


No total, foram 113 atletas que já testaram positivo à COVID-19, das mais variadas modalidades esportivas.


Nomes grandes do futebol, como Paulo Dybala (26 anos), Renan Lodi (22 anos), Callum Hudson-Odoi (19 anos), Patrick Cutrone (22 anos), Blaise Matuidi (32 anos) e José Luis Gaya (24 anos) foram infectados pelo coronavírus.

No basquete, Rudy Gobert (francês, 27 anos), Kevin Durant (americano, 31 anos), Donovan Mitchell (americano, 23 anos), Marcus Smart (26 anos) também seguem nessa lista.

Outros gigantes, tais como Victor Lange (africano, 27 anos, golfe), Kenya Nagasaka (baisebol, 25 anos, japonês), Thiago Wild (Brasil, tênis, 20 anos), Drussyla (Brasil, vôlei, 23 anos), Edoardo Melloni (atletismo, Itália, 31 anos), Cameron Van Der Burgh (africano, natação, 31 anos) também foram contaminados pela COVID.

MEDIDAS PARA PREVENÇÃO E COMBATE AO CORONAVÍRUS

Yoshiro Mori, chefe do Comitê Organizador de Tóquio 2020 – mesmo sendo realizado em 2021, a Organização decidiu ainda chamá-lo de “Tóquio 2020” -, disse em um evento, sob transmissão da agência de notícias Kyodo News, que as Olimpíadas e as Paraolimpíadas serão realizadas em 2021 “não importa o que aconteça”, tendo em vista que 2021 é o tempo limite para que as Olimpíadas de Paris (2024) e de Los Angeles (2028) não sejam prejudicadas.


Apesar do Governo e o Comitê aprovarem a realização dos jogos nessas condições, essa medida é bastante questionável para o público: o The New York times fez uma enquete com os atletas olímpicos, em que 78% dos atletas são favoráveis ao adiamento; e a mesma agência japonesa Kyodo realizou uma pesquisa entre os japoneses, em que 33,7% disseram ser à favor do cancelamento, 36,4% à favor de adiamento e 23,9% preferindo que a data seja respeitada (23 de Julho à 9 de Agosto).

Faltando poucos dias para acabar esse ano tão turbulento, parece que o andamento técnico das Olimpíadas está muito avançado, ainda mais que 90% de todas as “casas” das modalidades estão finalizadas, inclusive o Centro Aquático foi oficialmente inaugurado no último sábado (24).


Por falar em construção, nesse mês, a força-tarefa do Comitê Organizador, juntamente com o Governo Japonês, vão construir uma base para infectados de coronavírus e outras doenças infecciosas dentro da Vila dos Atletas, sede principal de todas as cerimônias do evento. Essa base, claramente, tem como intuito isolar os pacientes contaminados com os saudáveis, para que não tenha uma proliferação de casos da COVID-19, e para que os doentes possam se curar e serem frequentemente monitorados, através de um Centro de Controle, onde reunirão um time de médicos especialistas no assunto.


E terão mais reforços sanitários, contando com testes de segurança e novas tecnologias que auxiliarão os funcionários a identificarem pessoas contaminadas e até para desinfecção. Testes foram feitos no Centro da Imprensa – onde os jornalistas ficarão para cobrir as modalidades – e pelas diversas áreas de entrada onde o público entrará. A agência Reuters informou que câmeras de termologia, termômetro infravermelhos e locais de desinfecção foram postos em prática, além de testes para visualizar se será possível manter o distanciamento social e evitar aglomerações.


Campanhas em larga escala serão promovidas pelo Governo do Japão, para todos os seus habitantes, para a vacinação contra a COVID-19 serão iniciadas já no primeiro semestre de 2021, segundo o Primeiro-Ministro Yoshihide Suga. Os modelos de testes ainda não acabaram, e será uma outra medida para evitar “propagação explosiva” nos estádios e palcos. O Japão, recentemente, chamou atenção ao ser noticiado que 80% das capacidades dos estádios das principais ligas esportivas do país – esporte e beisebol – foram preenchidas pelos japoneses.


No momento, as políticas das Olimpíadas ainda não foram anunciadas, com previsão de serem oficializadas em Dezembro. Funcionários do Governo do Japão, em conjunto com o Governo Metropolitano de Tóquio e funcionários do Comitê Olímpico se reúnem regularmente para a discussão dessas políticas.

Muitas delas já estão em pauta e devem (ou não) ser oficializadas, como vetar a restrição de entrada de mais de 159 países e regiões, protocolada em Março para evitar a propagação da onda de contaminação, para que atletas e turistas já cheguem na cidade; a revisão de cerimônias das medalhas e interações com a torcida; proibição ou limitação de atletas assistirem outras modalidades nas arquibancadas; zonas de desinfecção própria para turistas fora dos estádios; acesso limitado para as zonas mistas do Centro da Imprensa para evitar aglomeração; entrevistas remotas com medalhistas e atletas e protetores de acrílico em refeitórios para cada delegação.


Yoshihide Suga afirma que “não poupará esforços” para deixar as Olimpíadas um evento seguro. Já em Novembro, o presidente da COI, Thomas Bach, visitará Tóquio para o monitoramento final. Os dois se mostraram muito confiantes, tendo em vista que semana retrasada, a Itália organizou, de maneira bem-sucedida, o Circuito Nacional de Ciclismo

“Isso nos deixa muito confiantes porque vimos nos últimos meses que é possível realizar grandes eventos em um ambiente seguro, mesmo sem vacina”, disse Thomas Bach.

“HACKERS RUSSOS” INVADIRIAM AS OLIMPÍADAS

Uma notícia bastante suspeita foi informada pelo Reino Unido: um grupo de hackers russos,de codinome Sandworm, com apoio do Governo da Rússia, atacaria a organização do evento em retaliação ao banimento do país das competições.


Nas últimas edições do evento,a delegação russa foi banida após a gigantesca maioria de seus atletas terem usado, frequentemente, dopings nas modalidades, em um grande esquema estatal de manipulação dos resultados promovidos pelo Governo. Com esse esquema fraudado, a Rússia foi impedida de participar das Olimpíadas de Tóquio de 2020, além das futuras e da Copa do Mundo de 2022, no Catar, segundo investigação da TAS (Tribunal Arbitrária do Esporte) e da WADA (Agência Mundial Antidoping).


O Sandworm realizaria operações de “reconhecimento” para obter informações de organizadores, patrocinadores, serviços de logística das Olimpíadas e das Paraolimpíadas, assim realizando diversos ataques nas transmissões.

Não é a primeira vez que a Rússia recebe acusações desse porte: nos jogos de Inverno na Coréia do Sul, em 2018, EUA culpou o país por um ataque hacker em peso na transmissão do evento esportivo, impedindo que pessoas e jornalistas cobrissem o evento remotamente. Quando analisado, o ataque pareceria partir de máquinas norte-coreanas e chinesas, com auxílio de um VPN, organizado pelo mesmo grupo Sandworm.


O porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov, afirma que as acusações dos EUA e do reino Unido são categorizados uma “russofobia frenética que obviamente não tem nada a ver com a realidade”, e lamentou a tendência da Rússia ser acusada constantemente.

NOVAS MODALIDADES PRESENTES

A edição das Olimpíadas de Tóquio 2020 será histórica não só pelo período que estamos vivenciando e nem por ser a primeira edição que será realizada em um ano ímpar; mas também por incluir mais 5 modalidades olímpicas: o Skate, Surfe, Escalada, Karatê e Beisebol.


O Skate surgiu nas ruas da California há mais de 30 anos atrás. Houve diversas mudanças desde o formato original do esporte. Hoje, a mais nova modalidade olímpica é o segundo esporte mais praticado em todo o Mundo, perdendo apenas para o Futebol. O Skate era alvo de críticas por ser de “marginais”, mas agora, felizmente, virou reconhecidamente como um esporte. O Brasil possui grandes nomes nessa linha, como a jovem Rayssa, de apenas 11 anos. Dentro dessa modalidade, terão as categorias Street e Park.


O que o Brasil também tem de referência são surfistas premiados: Gabriel Medina, Ítalo Ferreira, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb. O Surf demorou muito para ser considerado uma modalidade olímpica, justamente porque depende fortemente das mudanças climáticas, algo que, infelizmente, os períodos em que ocorriam as Olimpíadas não proporcionavam. O Surf será praticado na praia de Shidashita, em Chiba, algumas dezenas de quilômetros de Tóquio.


A Escalada foi um dos nomes que mais pegaram o público de surpresa. O esporte será realizado em três modalidades diferentes: Boulder, Dificuldade e Velocidade. Normalmente, elas são realizadas separadamente, além de ter separação para homens e mulheres, recebendo a medalha quem ter a maior pontuação na soma dessas modalidades. Infelizmente, o Brasil não terá representantes para esse esporte.


O Karatê também era sempre questionado de o porquê não ter virado, até agora, uma modalidade olímpica, tendo em vista que outras lutas similares, como Judô e Taekwondo, faziam parte. Finalmente, o esporte foi acrescentado nas Olimpíadas, tendo duas modalidades: a Kata (disciplina que envolve mais a defesa, e é ganhada por somatória de pontos na partida por atributos, como Tempo, Velocidade, Movimento, Postura, Respiração e outros) e Kumite (mesma somatória de pontos de outras lutas, dando foco em acertar o adversário).


Por último – mas o não menos importante – é o Beisebol (para os meninos) e o Softball (meninas). Não há muita diferença entre os dois formatos, como por exemplo os campos do Beisebol é um pouco maior que a do Softball, e algumas regras à parte também. Geralmente, estádios desse esporte ocupavam grande porte, assim não sendo “permitido”. O Brasil também não participará dessa modalidade olímpica, já que não possui popularidade e é pouco televisionada no país.

Então, já anotem nas suas agendas: 25 de Março acontecerá o revezamento da Tocha Olímpica em diversos pontos do Japão, começando com Fukushima, local arrasado pelo terremoto de 2021; 24 de Julho até 9 de Agosto acontecerão as Olimpíadas de Tóquio; e as Paraolimpíadas entre os dias 24 Agosto e 5 Setembro.

O lema das Olimpíadas será “Esperança ilumina nosso caminho”. Esperança, essa, que em um breve, possamos ver nos noticiários que nenhuma pessoa foi contaminada ou morta pelo Coronavírus. Esperança, essa, que a gente tenha aprendido com os nossos erros, e sempre olhar para frente, para um mundo mais fraterno e empático.

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